sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Paulo Ferreira: Graffiti - Tolerância ou Capitulação?

Que esta triste realidade tem causas sociais, é um ponto pacífico, já muito abordado através de análises feitas por especialistas, de que dou exemplo o trabalho alojado no seguinte endereço,

O Presidente da República referiu na sua mensagem do dia 25 de Abril de 2008, que os jovens se encontram alheados da política. A fazer fé no estudo que mencionou, terá o P.R. fundamento para proferir tal afirmação. Mas existe algo que convém não escamotear: Os jovens manifestam-se publicamente! Alguns, de uma forma, que eu diria, marginal e "enviezada".

O graffiti é uma forma de linguagem juvenil, codificada, que despreza o domínio público e nos suscita de imediato sentimentos de revolta pelos actos de destruição sobre ele perpetrados. Constituem o resultado de uma energia mal canalizada, amiudemente criativa e que pode ser reveladora do tal afastamento de certos jovens relativamente aos canais de expressão institucionalizados. Na minha opinião, a sua expressão cifrada e incógnita é reveladora de um receio em se assumir, constituindo afinal, não uma nova forma da liberdade de expressão potenciada pelo pós-revolução, mas sim um retrocesso ao tempo das canções proibidas e das mensagens subliminares dos teatros de revista. Com uma diferença fundamental: Onde aí havia o sonho, no graffiti vemos o niilismo urbano e, em última análise, o vandalismo. Sem que se vislumbre a perspectiva de uma madrugada libertadora.

Paulo Ferreira
Membro do secretariado do PS Carcavelos
Publicado no Blog da Caravana in 12 de Maio de 2008

domingo, 5 de setembro de 2010

Reentré PS - Matosinhos

Apesar da qualidade das fotos não ser a melhor, dá para ter uma pequena (embora mesmo muito pequena) ideia do ambiente que se vivia no Comício de Reentré do PS em Matosinhos.

O PS Carcavelos esteve lá.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fernando Montenegro: Os Desafios Autárquicos de 2013 - Preparar o Futuro Já!

As próximas eleições autárquicas de 2013 são claramente dos maiores desafios que o PS tem pela frente. Até aqui nada de novo!

É óbvio para todos, em especial para os dirigentes socialistas que, mais do que nunca, urge delinear uma estratégia articulada entre as diversas estruturas do Partido. Contudo, esta tarda em ganhar contornos mais definidos em alguns lugares e as eleições federativas necessariamente remetem a sua análise e materialização para depois de Outubro.

A recente limitação de mandatos, que só agora fará sentir os seus efeitos, leva a que autarcas incontestados nos diferentes espectros políticos se encontrem a exercer os seus mandatos pela última vez.

Assim, à já de si difícil tarefa de encontrar candidatos e definir uma estratégia para vencer eleições onde o PS é oposição, tome-se como o exemplo a escolha dos sucessivos candidatos à Câmara de Cascais após a saída de José Luís Judas, acresce o novo desafio de encontrar, desde já, candidatos que possam estar à altura destes nossos autarcas a exercer o seu último mandato, quer se trate de presidentes de câmaras quer se trate de presidentes de juntas de freguesia. Aqui sim reside a novidade. Como “substituir” estes Homens e Mulheres?

Alguns deles mantêm níveis impressionantes de popularidade, o que torna a sua sucessão ainda mais complexa. Será mesmo verdade que após lideranças fortes se seguem outras mais fracas? É isso que o Partido Socialista terá de mostrar que não é, de todo, verdade.

O desafio é ainda maior no caso em que, por variadíssimas razões, tais autarcas se confundem com o próprio Partido, esgotando-o nas estruturas locais. Para todos os efeitos, e sem entrar em linha de conta sobre as virtualidades de tais realidades, aos olhos das suas populações são eles o PS. Importa a todo o custo afastar o espectro do Rei-Sol, evitando logro do "L’État c'est moi" e onde a não legalmente possível recandidatura poderá deixar o Partido Socialista a braços com um enorme vazio político.

Naturalmente que cabe ao próprio autarca um papel preponderante na escolha e preparação do seu sucessor. O seu trabalho será recordado não apenas pelo que fez mas pelo futuro que ajudar a preparar.

Finalmente e face às dificuldades manifestadas por camaradas que procuram fazer uma oposição efectiva aos executivos liderados por outras forças partidárias, afigura-se importante criar, desde já, um gabinete de apoio autárquico alicerçado nas áreas jurídicas e financeira que, em tempo útil, possa garantir esta assessoria técnica, exclusivamente onde o PS é oposição. Naturalmente, que este projecto deveria ser articulado entre o Partido a nível nacional e as Federações, sendo as respectivas Concelhias posteriormente envolvidas, podendo (aliás, devendo) a formação autárquica ficar, de algum modo, a cargo da Fundação Res Publica.

São inúmeros os desafios com que o Partido Socialista se confronta no futuro próximo, mas tal como no passado os socialistas saberão estar à altura dos mesmos, fazendo jus à famosíssima frase: “quanto mais a luta aquece…”

Fernando Montenegro