Quem viajar para cidades europeias como Amesterdão, Genebra, Copenhaga, Berlim, entre outras, em pouco tempo se aperceberá de que os respectivos cidadãos utilizam a bicicleta, como meio de transporte, com muito mais frequência do que estamos habituados a ver em Portugal.
Devemos acarinhar a nossa identidade, preservar e cultivar aquilo que temos de melhor, a começar pela nossa auto-estima e orgulho luso (e compatriotas: ainda que indignados, devemos, a todo o custo, não mais empregar, seja em que circunstância fôr, o deprimente chavão, “tenho vergonha de ser português”). Mas há bons exemplos que podemos e devemos importar, naturalmente, sem complexos.
O nosso concelho de Cascais está equipado com uma bela ciclovia de 7 kms, o que, no panorama nacional, não nos deve envergonhar (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ciclovias_em_Portugal).
Também o plano de pormenor para o parque urbano da Quinta dos Ingleses contemplará a construção de uma ciclovia.
Mas a utilização da bicicleta, respeitando determinadas precauções (http://fpcubicicleta.no.sapo.pt/artigo/artigo15.html), pode integrar-se na rede viária existente, solução que se oferece menos dispendiosa para os municípios.
A nível europeu não há (ainda) uma política de utilização do velocípede.
No entanto, a Comissão Europeia apoia, através de programas de subsídios, a investigação, o desenvolvimento e a aplicação de projectos no âmbito da política de mobilidade sustentável e da utilização racional da energia. O Comité Económico e Social Europeu órgão consultivo da União Europeia) publicou no ano passado um parecer (número 277) de que destaco as seguintes conclusões:
• O CESE recomenda que a utilização do velocípede seja integrada na política de transportes e de infra estruturas, em geral, e passe a ocupar uma posição de destaque no futuro Livro Verde sobre o tráfego urbano.
• Na Europa, em todos os comboios, incluindo naturalmente os comboios internacionais de alta velocidade, deveria haver obrigatoriamente um compartimento para o transporte, por exemplo, de bicicletas.
• O CESE recomenda que se disponibilizem também dotações orçamentais comunitárias para subsidiar a construção de infra estruturas cicláveis, respeitando requisitos mínimos pré-estabelecidos . Estas já deram provas na prática da sua eficácia em cidades e países europeus.
• A Comissão Europeia deve continuar ou passar a apoiar financeiramente o intercâmbio de conhecimentos, as boas práticas e as acções de sensibilização para a utilização da bicicleta, tornar obrigatória a inclusão da política velocipédica (por exemplo, a intermodalidade entre a bicicleta e os transportes públicos) em todos os projectos por si subsidiados no domínio dos transportes.
• A política de utilização da bicicleta deve também ser integrada no futuro desenvolvimento da política europeia em matéria de ordenamento do território, nomeadamente da política de construção urbana, ambiente, economia, saúde, formação e educação.
• A Comissão Europeia deveria continuar a apoiar financeiramente o estabelecimento dos percursos EuroVelo de modo a criar uma rede europeia de ciclovias, ou seja uma RTE (rede transeuropeia) para bicicletas (http://menos1carro.blogs.sapo.pt/29201.html ).
Entretanto e em face do aumento do número de utilizadores de bicicleta que se tem verificado nos últimos anos -tornando-se cada vez mais importante investir neste meio de transporte urbano- algo tem vindo a ser feito a nível das nossas autarquias: A implementação do Programa Buga na cidade de Aveiro constitui disso o melhor exemplo (http://bikecanal.cosmo.com.br/especial/buga/buga.shtm).
Na capital do país, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta apresentou, no passado dia 18 de Março, na Câmara Municipal de Lisboa (CML) uma proposta para a elaboração duma carta ciclável na cidade a qual parece apostar claramente na integração da bicicleta, enquanto meio de transporte, na rede viária existente e na criação de zonas 30 (com a consequente acalmia de tráfego) em bairros residenciais (http://www.fpcub.pt/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=214&Itemid=2).
Para finalizar, que o texto já vai longo, aqui lhe deixo 10 razões para preferir a bicicleta:
1. Reduz a poluição.
2. Reduz o stress.
3. Permite poupar dinheiro em gasolina e manutenção do carro.
4. Simplifica o estacionamento.
5. Permite poupar dinheiro nos parques de estacionamento, metro e autocarros.
6. Oferece uma boa dose de exercício diário.
7.Torna mais fácil manter um peso saudável.
8. Liberta do sacrifício de dedicar mais horas ao exercício depois de chegar a casa.
9. Oferece maior liberdade na escolha do percurso.
10. Permite desfrutar do tempo da viagem.
E bom passeio!
PCF