quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Paulo Ferreira: Estas imagens (ainda) não são de Lisboa

Quem viajar para cidades europeias como Amesterdão, Genebra, Copenhaga, Berlim, entre outras, em pouco tempo se aperceberá de que os respectivos cidadãos utilizam a bicicleta, como meio de transporte, com muito mais frequência do que estamos habituados a ver em Portugal.

Devemos acarinhar a nossa identidade, preservar e cultivar aquilo que temos de melhor, a começar pela nossa auto-estima e orgulho luso (e compatriotas: ainda que indignados, devemos, a todo o custo, não mais empregar, seja em que circunstância fôr, o deprimente chavão, “tenho vergonha de ser português”). Mas há bons exemplos que podemos e devemos importar, naturalmente, sem complexos.

O nosso concelho de Cascais está equipado com uma bela ciclovia de 7 kms, o que, no panorama nacional, não nos deve envergonhar (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_ciclovias_em_Portugal).

Também o plano de pormenor para o parque urbano da Quinta dos Ingleses contemplará a construção de uma ciclovia.

Mas a utilização da bicicleta, respeitando determinadas precauções (http://fpcubicicleta.no.sapo.pt/artigo/artigo15.html), pode integrar-se na rede viária existente, solução que se oferece menos dispendiosa para os municípios.

A nível europeu não há (ainda) uma política de utilização do velocípede.

No entanto, a Comissão Europeia apoia, através de programas de subsídios, a investigação, o desenvolvimento e a aplicação de projectos no âmbito da política de mobilidade sustentável e da utilização racional da energia. O Comité Económico e Social Europeu órgão consultivo da União Europeia) publicou no ano passado um parecer (número 277) de que destaco as seguintes conclusões:

• O CESE recomenda que a utilização do velocípede seja integrada na política de transportes e de infra estruturas, em geral, e passe a ocupar uma posição de destaque no futuro Livro Verde sobre o tráfego urbano.
• Na Europa, em todos os comboios, incluindo naturalmente os comboios internacionais de alta velocidade, deveria haver obrigatoriamente um compartimento para o transporte, por exemplo, de bicicletas.
• O CESE recomenda que se disponibilizem também dotações orçamentais comunitárias para subsidiar a construção de infra estruturas cicláveis, respeitando requisitos mínimos pré-estabelecidos . Estas já deram provas na prática da sua eficácia em cidades e países europeus.
• A Comissão Europeia deve continuar ou passar a apoiar financeiramente o intercâmbio de conhecimentos, as boas práticas e as acções de sensibilização para a utilização da bicicleta, tornar obrigatória a inclusão da política velocipédica (por exemplo, a intermodalidade entre a bicicleta e os transportes públicos) em todos os projectos por si subsidiados no domínio dos transportes.
• A política de utilização da bicicleta deve também ser integrada no futuro desenvolvimento da política europeia em matéria de ordenamento do território, nomeadamente da política de construção urbana, ambiente, economia, saúde, formação e educação.
• A Comissão Europeia deveria continuar a apoiar financeiramente o estabelecimento dos percursos EuroVelo de modo a criar uma rede europeia de ciclovias, ou seja uma RTE (rede transeuropeia) para bicicletas (http://menos1carro.blogs.sapo.pt/29201.html ).

Entretanto e em face do aumento do número de utilizadores de bicicleta que se tem verificado nos últimos anos -tornando-se cada vez mais importante investir neste meio de transporte urbano- algo tem vindo a ser feito a nível das nossas autarquias: A implementação do Programa Buga na cidade de Aveiro constitui disso o melhor exemplo (http://bikecanal.cosmo.com.br/especial/buga/buga.shtm).

Na capital do país, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta apresentou, no passado dia 18 de Março, na Câmara Municipal de Lisboa (CML) uma proposta para a elaboração duma carta ciclável na cidade a qual parece apostar claramente na integração da bicicleta, enquanto meio de transporte, na rede viária existente e na criação de zonas 30 (com a consequente acalmia de tráfego) em bairros residenciais (http://www.fpcub.pt/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=214&Itemid=2).

Para finalizar, que o texto já vai longo, aqui lhe deixo 10 razões para preferir a bicicleta:
1. Reduz a poluição.
2. Reduz o stress.
3. Permite poupar dinheiro em gasolina e manutenção do carro.
4. Simplifica o estacionamento.
5. Permite poupar dinheiro nos parques de estacionamento, metro e autocarros.
6. Oferece uma boa dose de exercício diário.
7.Torna mais fácil manter um peso saudável.
8. Liberta do sacrifício de dedicar mais horas ao exercício depois de chegar a casa.
9. Oferece maior liberdade na escolha do percurso.
10. Permite desfrutar do tempo da viagem.

E bom passeio!

PCF
http://www.youtube.com/watch?v=ZiikJn1jGNw

Publicado no Blog da Caravana, 15 de Abril de 2008

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sugestão de leitura: “Os Valores da Esquerda Democrática"

Da autoria de Augusto Santos Silva,   “Os Valores da Esquerda Democrática: Vinte Teses Oferecidas ao Escrutínio Crítico” é o primeiro número da nova colecção “Cadernos Res Publica”, que será editada pela Fundação Res Publica em parceria com a Editora Almedina.

Tal como sublinha o autor, tratam-se de livros de pequena dimensão, de linguagem acessível e escritos por pessoas que combinem alguma especialização académica nesta área de políticas públicas e alguma  experiencia de intervenção cívica ou executiva.

Paulo Ferreira: Lacrimosa

Um artigo de opinião nasce por vezes de um assunto fortuito, simples o bastante para não passar de mero pormenor, mas importuno o suficiente para desencadear uma reflexão. Sucede que ontem recebi na minha caixa de correio electrónico um ficheiro power point, daqueles habituais que circulam por aí, versando a biografia e sobretudo, a morte do Rei de Portugal, D. Carlos I. O mail, sob o título "D. Carlos (Lacrimosa)” é composto de fotografias, música (de Mozart) e algum texto, terminando com a seguinte mensagem:

"Dois anos depois, a Maçonaria derrubava a Monarquia Constitucional e proclamava a República. Desde então ninguém perguntou aos portugueses em que regime queriam viver."

Pareceu-me bom ensejo para alguns comentários, quando faltam apenas 5 semanas para a entrada no ano das comemorações do centenário da República.

A propósito da pretensão ali implícita de realização de um referendo acerca do regime político, correspondente aliás a uma proposta amiúde formulada pelos defensores da causa monárquica, merecerá a pena recordar alguns factos:

1º - Não foi o regicídio de 1908 que instaurou a república. Efectivamente, em 1910, Portugal tinha um monarca reinante, D. Manuel II. Outro regicídio, o de D. João VI, que recentes provas forenses revelaram ter morrido envenenado, não levou à queda do regime, tal como o assassinato do Presidente Sidónio Pais não fez retornar à monarquia. O que provocou a mudança de regime foi o estado de degradação do país e a falta de credibilidade da monarquia para resolver os problemas com que o Portugal do início do séc. XX se defrontava.

2º - A realização do referendo de regime, que até parece soar bem à normal sensibilidade democrática, seria, porém, algo de praticamente inédito. Aliás, com excepção do exemplo habitualmente citado, da Austrália em 1999, tanto quanto consegui apurar nenhuma monarquia no poder se submeteu a tal prova de legitimidade. E convém salvar as devidas proporções: a implantação do partido monárquico em Portugal não tem termo de comparação com o peso político que o partido republicano Labor, actualmente no poder, alcançou na Austrália, sem falar em outros partidos como os Australian Democrats e os Australian Greens, também defensores do republicanismo.

Portugal é hoje uma república consolidada, onde vigoram a liberdade de expressão e o respeito pelas minorias. A comprová-lo, o respeito e a estima com que o pretendente ao trono, D. Duarte Nuno de Bragança tem contado por parte das instituições do Estado e do povo republicano.

A Monarquia portuguesa dispôs de uma existência de quase oito séculos. Possa também a República Portuguesa prosseguir por outros tantos, no sentido do seu aperfeiçoamento, extraindo as suas próprias lições da História e dando provas dos seus melhores méritos, que são os de todos os que devotam o seu amor à egrégia pátria lusitana.

Viva a República!
Viva Portugal!

domingo, 15 de agosto de 2010

Bem-vindo ao Blog do PS Carcavelos

Cara(o) amiga(o),

Seja bem-vinda(o) ao Blog do Partido Socialista de Carcavelos.

No decurso das eleições autárquicas de 2009 afirmámos que a nossa presença nas diversas redes sociais, bem como na blogosfera não se esgotava nesse acto eleitoral.

Com efeito, entendemos que importa criar instrumentos que aproximem efectivamente os eleitores dos eleitos, e vice-versa, estabelecendo diversos canais de comunicação que permitam a todos expor as suas ideias, preocupações e problemas.

O presente Blog encontra-se dividido em várias áreas, onde procuramos dar a conhecer a actividade do Partido Socialista de Carcavelos, bem como dos membros da Assembleia de Freguesia de Carcavelos, não deixando de apelar à participação de todos. Nunca tão poucos definiram os destinos de tantos, pelo que importa que cada um de nós tome consciência da importância da participação na sociedade civil e na política. Não deixe que outros escolham por si.

Deste modo, esperamos poder contar com a vossa participação neste desafio e estaremos sempre disponíveis para procurar prestar esclarecimentos, ajudar a resolver problemas ou levar as preocupações de cada um dos residentes às entidades competentes, quer se trate da Junta de Freguesia de Carcavelos ou da própria Câmara Municipal de Cascais.

Para eventuais esclarecimentos não hesite em nos contactar.

A todos o nosso muito obrigado,

Fernando Montenegro
Secretário-Coordenador do PS Carcavelos